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eu-sapatão: eskrevivência sobre maskulinidade y desafio ao poder

essas ideia ke eu to jogando no vento é fruto de uma vivência. Isso aki é uma necessidade de kebrar o silêncio sobre minha ideia de maskulinidade. nessas linhas vou falar da minha vida pessoal porke o pessoal é polítiko né pai. desde já deixo eskurecido ke reivindiko a estétika maskulina komo expressão sapatão mas não fecho kom a maskulinidade hegemônika porke ela expressa ódio as mulheres.
eu entendo maskulinidade de vários jeito um deles vem da ideia das lésbika feminista maskulinidade komo um instrumento de poder do homem sobre as mulheres. entendo maskulinidade komo performance e entendo maskulinidade komo estétika. maskulinidade komo instrumento de poder é a diferença na edukação maskulina da edukação feminina ke submete as mina. maskulinidade komo performance é parte dessa sociabilidade ke é imposto pra meninos e também é um ritual ke é reafirmado todo dia kom outros karas no boteko, no kampo de futebol e etc. já a estétika é o visual ke dizem ke é visual de homem komprado nas lojas de secção maskulina.
desde pekenin sempre kurti visual de homem. eu pegava o blaizer e as gravata do meu pai e fikava falando olhando pro espelho e falando só brinkando de imitar um jornalista da televisão. Não me tornei jornalista, mas kontinuo jogando palavra no vento na frente do espelho agora kom minha própria kamisa de botão. também kontinuo mil devaneios só ke agora aposto toda minha utopia na poesia preta di kebrada y sapatão.
tomboy ou melhor komo se dizia na rua y na eskola muleke macho ou maria homem. Um jeito zombateiro pra se referir a meninas maskulinas. eu era assim gostava de jogar bola, brinkar de lutinha, kabra cega, pião, bolinha de gude, bater tazo, kolecionar tazo, jogar baralho, soltar pipa era raro mas rolava às vezes, radikalmente descia o ladeirão da rua da feira de patins, andar de patinete, andar de bike. andar de bike eu ando até hoje isso aí foi mamãe ke me deu minha primeira bike azul e me ensinou a pedalar hoje eu ando pra me lokomover rolê ke reaprendi kom us punk.
desde sempre eu sabia ke não era um menino mas me sentia igual todo a mundo, sabia da diferença da biologia mas me sentia igual, kom potência igual kom beleza igual kom inteligência igual. Sempre kurti o rolê tomboy de visual e o rolê das brinkadeiras ke os mulekes manjavam porke era mais divertido estimulava a ação y imaginação. desde de pekeninin tento bular as leis do gênero e fazer meu rolê mas os pé de breke atrasa lado sempre tentou me tirar. desde de sempre keria fazer o rolê kom os meninos mas eles pilantrou. estupro aos 5 ou 6 ano fez eu perceber ke tinha uma koisa errada o jack mirim fez eu akreditar ke eu ke tava no erro estupro e kulpabilização foi minha primeira lembrança de sexismo.
daí pra frente fui me aproximando das meninas também as brinkadeiras delas eram chatas (sempre deixei minhas barbie kareka e lógiko ke minhas barbie era sapatão) mas elas me tratavam bem a amizade das meninas valia ouro era intensa era afetiva era as vezes atrativa. além da “banheira do gugu”, foi brinkando de kasinha (eu era o papai) ke percebi ke eu sentia desejo pelas meninas.
depois do estupro lembro ke fui inkorporando a feminilidade estétika e komportamental ke as minhas mais velhas impunham. Ai kuando me dei konta a feminilidade tava toda expressada por mim porke eu keria eskonder ke era um sapatão. Já 100 por cento uma punk feminina (não feminista u punk feminista veio depois) de formação ainda me aproximei do rolê dos macho di novo por kausa de som de rock. Us rokeiro sempre trokou ideia komigo sobre músika, polítika y kultura só ke nessas fui percebendo ke eles não me tratava komo igual. rolava assédio ou inferiorização da minha intelectualidade. aí rompi kom eles pelo deboche y desrespeito ke eles tinha da experiência feminina.
depois dessa meu terceiro bonde kom macho era kom os viado. dava tanto pião kom as mona ke elas me chamava de bicha também era uma honra ser konsiderado por umas bicha igual elas. era da hora kurtia muito meus amigo viado tava kom eles direto eram parceiros firmeza pro lado bom y ruim da vida. mas elas dava umas mankada de reproduzir misoginia eles me zuavam porke eu não keria mais me depilar, porke eu keria ser kareka. kuando eu komecei a me maskulinizar achei ke o machismo foi pior. senti ke tavam me kobrando pra ser komo os homens aí não konseguia mais konfiar.
dei muito rolê nos sarau do extremo sul da zona sul de SP minha eskola literária só konheço literatura negra hoje por kausa da literatura marginal y periférika. sou insociável tenho muita difikuldade de falar kom as pessoas y manter kontato akabei nem konhecendo muita gente nessa cena mesmo kolando desde os 16. passei minha adolescência entre vinicius de moraes e sérgio vaz depois entre racionais y akins kinte. no sarau kurtia mais us goró (antes era junkie) mas em kasa não faltava castro alves mesmo preferindo o espumas flutuantes vou sempre tá lembrando helber ladislau iniciar seu recital do ‘o navio negreiro’:“era um sonho dantesko o tombadilho (…) tinir de ferro estalar de açoite legiões de homens negros komo a noite horrendos a dançar.” denúncia poétika do sékulo XIX ke marka minha paixão pela literatura y oralidade e da aporte pra kompreender o passado kolonial e o presente racista.
nesse rolê di kebrada poétika memo antissocial extremo fiz umas ligações konheci uns poetinha. tinha um malokeiro kachaceiro y rimador nato era uma pessoa muito gentil kom a minha pessoa ai noiz brigamo depois disso o maluko deu em cima de mim sabendo ke sou sapatão não aceito isso jão. outra situação chata ke eu passei no sarau foi um mano do rap ke veio me intimar se eu sou homem ou se eu sou mulher só porke eu raspo meu kabelo. sei ke até hoje eu sinto medo de kolar no rolê desse kara de bombeta e bermuda larga. teve um rapaz também ke fez uma poesia erótika e veio recitar ela pra mim kuando eu fui ver o bagui tinha um eu líriko lésbiko achei zuado essa fita ai mas kritika literária é outro texto.
na rua teve várias situação ruim ke eu passei mas a ke mais markou minha memória foi no dia ke eu tava no metrô brigadeiro pra rekarregar meu bilhete único aí atrás de mim tinha um kara e uma mina eles fikaram me enkarando e depois komecaram a rir muito e dizer nossa achei ke era homem mas é sapatão é tenho tanto orgulho de ser sapatão ke fikei muito kontente de ser rekonhecido komo um sapatão mas depois percebi ke eles tava zombando de mim por eu não ser homem ser apenas um sapatão.
nesses anos todos de tentativa de fazer parte da patota dos homens cis y viados eu não aprendi a falar igual eles não aprendi a falar na gíria e é lógiko ke isso é um dos porkê eles não fecham komigo. isso dai foi me deixando kom muita insegurança pra falar a ponto de minha voz travar e eu não kerer mais falar na maioria das situações. esse bagui do silenciamento é tão forte e tão pesado ke meu korpo ta kobrando um posicionamento muitos dias minha garganta não para de doer.
sempre tentei me inserir no rolê da maskulinidade preta y periférika porke é minha kara é meu desejo meu visual minha estétika desde de pekeninin e eu ainda kontinuo pekeninin. mas os boy cis lixo sempre me barrou. semprei tentei fazer parte do bolinho seja dos mulekes na família, os muleke da rua, us rokeiro da eskola, os viado, us poeta, us kara do rap. não acesso a maskulinidade deles porke não sei falar na gíria. mas não acesso a maskulinidade deles por kausa de violência sexual, violência físika, violência simbólika, violência patrimonial, violência psikológika. violência patriarkal memo sendo o patriarkado da pobreza ainda sim tem um pekeno poder.
uns tempo atrás levei a krush em kasa noiz tava kozinhando na kozinha e meu pai tava junto lavando a louça. meu pai gosta muito de kontar piada pra dar risada ai ele disse ke sentia saudade de mim porke hoje eu moro longe ke minha mãe também sente saudade e ke kuando ele ker lembrar de mim assisti uma cena de humor da “praça é nossa” kom o personagem chamado “sangue” ke mostra uma atriz ke usa roupa de homem e tenta imitar o komportamento maskulino a piada é justamente essa ela ser um sapatão maskulino malokeiro. na hora ke meu pai veio kom essas ideia a krush riu e disse ke meu pai é muito engraçado. eu disse ke isso era zuado ke era lesbofobia era lesbo ódio kom a aparência de humor/amor.
kem fortaleceu minha kaminhada pra eu kolokar as roupas ke eu kero foi kom as lésbikas feministas. as lésbikas feministas nunka ridikularizaram minhas roupas pelo kontrário sempre mostraram muito respeito pela minha eskolha. foi kom as lésbikas feministas ke eu aprendi a enfrentar meu medo e seguir em frente independente de não tá no padrão dos homens. fiz meu visual por orgulho sapatão.
eu tive ke meter o loko pra por meu visual, minha bombeta y roupa larga não é autorizado pelos macho até hoje eles me intima eles ri de mim eles me intimida eles me tira de viado porke eu não sei os kódigos de linguagem ke eles inventaram. hoje um kara preto e fez eu me sentir mal porke não sei falar na gíria riu de mim komo vários outros karas já riram. voltei pra kasa kom vontade de nunka mais falar uma palavra, me sentindo imbecil y pensado putz ele tem razão sua maskulinidade é um resultado de forças ancestrais ke fizeram ele chegar até aki é um sistema de linguagem komo a gíria é parte dessa forma de sobrevivência. pensei seriamente várias vezes em abandonar meu visual por kausa disso daí.
mas não tem komo porke meu visual mesmo ke não representa a sua maskulinidade periférika y preta meu visual representa eu. representa meu desejo sapatão ke tentaram kalar kom estupro. representa meu fascínio kom a estétika de homem ke desde pivete tentava imitar.
mais do ke uma imitação, meu visual é minha ação direta meu visual é kontra hegemôniko tanto do cistema patriarkal branko komo é kontra hegemôniko da maskulinidade preta y periférika kuando é tóxika. sou a margem da maskulinidade marginal. minha eskrita também faz parte dessas resistência por super vivência tem muitas palavra da oralidade periférika inserida aki e em outras letra isso não é a toa é uma disputa de narrativa. a ideia não é tirar ninguém mas é sim konstruir um lugar pra eu existir no meio também do não-lugar ke a kebrada me oferta.
mais do ke isso visual por celebração da minha estétika maskulina, mais do ke falar gíria errado komo forma de tentativa de komunikação, de sobreviência e konstrução de um lugar. a únika gíria di favela ke eu sei é a palavra sapatão y meu visual é meu jeito de kontar pras mulheres ke eu sou amante de mulheres.

por formiga

Lesbo-ódio: uma experiência política pessoal 1 (esboço não finalizado)

O texto visa realizar relatos pessoais sobre minha vivência lésbica, que aborda violência e compreender essas violências como uma experiência política, ou seja, uma vivência experienciada por diversos corpos lésbicos dentro do contexto de uma sociedade da supremacia masculina e da branquitude.
Gostaria de me apresentar sou uma lésbica masculina esteticamente, eu raspo os cabelos há vários anos, uso camisetas, bermudas e bonés, moro na periferia de São Paulo, tenho 28 anos contrariando as estatísticas 3, pele parda, estudante de história cotista racial e social e poeta de vulgo Formiga nas horas vagas.
O conceito de lesbo-ódio foi elaborado por Monalisa Gomyde 4 , que consta em seu vlog no YouTube. Gomyde vai discordar do conceito de lesbofobia que, segundo a etimologia da palavra significa medo de lésbicas e quando a sociedade expressa violência contra lésbicas, não é uma expressão de medo e sim de ódio. Gomyde propõe o uso do termo lesbo-ódio para substituir o termo lesbofobia e mais adequadamente nomear violências contra lésbicas na sociedade patriarcal.
Maira Gonçalves de Abreu 5, em sua tese de doutorado em sociologia defendida na Universidade Estadual de Campinas no ano de 2016, a respeito do movimento de libertação das mulheres na França na década de 1970, vai indicar que uma das ações desenvolvidas pelo movimento feminista tanto na França quanto nos EUA desenvolveu a técnica da auto consciência, que consistia em reuniões para falar sobre a vida de cada mulher presente, perceberem coisas em comum e a partir dai teorizaram sobre questões das mulheres. Um dos grandes motes do feminismo “o pessoal é politico”, criando nesse momento da segunda onda feminista, orienta o texto refletindo vivências pessoais e compreendendo elas como vivências politico pessoais.
Eu enquanto lésbica parda masculina passo por uma série de violências de lesbo-ódio que estão juntas e misturadas. O manifesto do coletivo do Rio Combahee 6 inicia seu texto afirmando que seu programa combate o capitalismo, o patriarcado, o racismo e a heterossexualidade nos trazendo a noção de imbricação das lutas, por tanto também imbricação das opressões.
Em agosto 2016 ao caminhar pelo centro da cidade de São Paulo, de bermuda larga, camiseta e boné da Um da sul 7, fui abordada por policiais. Um dos policiais com a arma apontada para minha cabeça ordenou que eu colocasse as mãos na cabeça e eu disse que ele tinha que chamar a polícia feminina porque eu sou “mulher”. O policial me humilhou de diversas formas e disse que já que já que eu quero ser homem ele iria me tratar como homem. O policial chegou ao ponto de me ameaçar dizendo que naquela hora ele estava fardado, mas a noite ele a paisana poderia sumir comigo que ninguém ia ver.
Luana Barbosa lésbica, preta, mãe e periférica morreu em decorrência de violência policial em abril de 2016. Fátima Lima 8 vai apontar que vivemos em um estado de necropolitica onde uns corpos são mais matáveis do que outros. No caso que está na mira no Brasil são os corpos pretos e pardos como o meu. Já sofri várias abordagens policiais ao longo dos meus 28 anos, todas violentas, mas após o assassinato de Luana estava muito escuro na minha cabeça que eu poderia ser a próxima 9.
Outra situação que aconteceu comigo em novembro de 2017, na sala de aula durante a minha apresentação de seminário sobre John Stuart Mill, nós do grupo apresentamos nossos nomes e durante o seminário a professora me chamou de Tiago, um nome masculino de um dos membros do grupos. Após o término do seminário, em um retorno das impressões da professora sobre nossa apresentação ela me chamou de Tiago novamente o que demonstra que ela achava que eu era um menino mesmo eu tendo me apresentado como Aline.
Em dezembro de 2018, em uma visita a minha família, minha tia avó, mulher branca ficou repetindo muitas vezes que eu ser assim homossexual é uma coisa natural e que é da minha natureza ser masculina.
Sheila Jeffreys 10, em seu livro La heresia lesbiana – la revolucion sexual de una perspectiva lesbiana feminista, vai mencionar o advento da sexologia ser datado do fim do século XIX. Jeffreys indica que o sexólogo Henry Havellock Ellis lançou a obra La inversion sexual, que pensa sobre lésbicas. Havellock Ellis vai compreender que existem dois tipos de lésbicas a lésbica congênita que seria a lésbica que nasceu lésbica e tem traços de masculidade e a lésbica que nasceu normal mas é corrompida pela lésbica congênita.
O pensamento de que lesbica é alguém que carrega uma essência masculina é algo que é construído histórica e cientificamente, que saiu da academia e adentrou ao senso comum com tal força que minha tia avó, o policial e a professora universitária, creem na mesma perspectiva da lésbica congênita. O grande problema dessa essencialização da lésbica como alguém masculino naturaliza o gênero e gera estereótipos que nos violentam levando inclusive ao lesbocídio 11.
Confundir lésbica masculina com homem é apenas um dos exemplos de lesbo-odio que as lésbicas masculinas passam. Denunciar a condição de vida das lésbicas dentro da sociedade patriarcal se apresenta como uma ferramenta para viabilizar nossas pautas e colaborar para reeducação social.

Notas

1 Não é possível trazer maiores detalhes bibliográficos porque tive que elaborar as pressas este texto por problemas pessoais e estou sem internet no local onde está sendo redigido.

2 Ativista lésbica parda autônoma periférica da cidade de São Paulo e poeta Formiga.

3 Alusão a frase do Mano Brow, dos Racionais Mcs na música Capitulo 4 versículo 3: “se eu fosse aquele cara que se humilha no sinal por menos de um real minha chance era pouca, mas seu eu fosse aquele moleque de toca que engatilha e enfia o cano dentro da sua boca. Mas não prossigo a mística vinte e sete ano contrariando as estatísticas.” Música situada no album Sobrevivendo no inferno de 1997.

4 Monalisa Gomyde é bacharel em Teoria Literaria pela Universidade Estadual de Campinas e ativista lésbica radical.

5 Como havia mencionado não tenho acesso a internet por isso não é possível trazer maiores dados sobre o texto e a teórica. Mas sei que a tese em questão foi defendida em 2016, na UNICAMP e versa sobre os conceitos de antiraturalismo e materialismo desenvolvidos no movimento de libertação das mulheres na França durante a década de 1970 e para tal a autora historiciza o mouvement de libertacion des femmes.

6 Coletivo do Rio Combahee é um coletivo de feminismo negro estadunidense que se organizou durante a década de 1970. Era compostos de algumas importantes ativistas lesbicas negras como por exemplo Audre Lorde e Barbara Smith. Em 1977 lançou seu célebre manifesto, que pode ser encontrado na coletânea de lésbicas de cor Esta puente es mi espalda, organizada por Gloria Anzaldua e Cherri Moraga nos anos 1980.

7 Um da sul é uma marca de roupas e loja de livros idealizada pelo escritor periférico Ferrez localizada na região do Capão Redondo, periferia da zona sul de São Paulo.

8 Fátima Lima lésbica preta acadêmica do campo da Antropologia. O texto referido é de 2018 e foi lançado na Revista Gênero da UFBA.

9 Eu poderia ser a próxima é uma alusão ao filme produzido e lançado pelo coletivo Luana Barbosa em 2017 chamado Eu sou a próxima, que aborda assassinatos de lésbicas negras no ano de 2016.

10 Sheila Jeffreys é socióloga inglesa que estuda a teoria gay e teoria lésbica.

11 Lesbocídio é a noção de que lésbicas são assassinadas porque são lésbicas. O dossiê lesbocídio é uma pesquisa desenvolvida por Milena Carneiro Peres, Suane Fellipe Soares sob a orientação Maria Clara Dias, onde elas analisam assassinato e suicídio de lésbicas, compreendendo como uma violência específica contra lésbicas em nossa sociedade patriarcal.

texto escrito para o curso de pensamento lésbico por Formiga