Pardo é branko sujo
Mestiçagem cujo
Gera várias gerações de
Enkardidas
Sem adidas
No pé
E agora José?
Pardo e tardo em rekonhecer
Ke meu lokal de fala é leopardo
Meu lokal de kala é pantera negra
Seguindo as regras
Não ao leu
Pardo é papel
Papel social de pensar a intersecção
Racial
Komo pode a minha pessoa
H. Aço não S. Barro jao
sofrer estilhaço de racismo
E na kabeca ressoa brankitude
Konsciência a milhão e zero atitude?
Na beira do mar
Buskar mulheres brankas pra amar
Preterindo sapatonas pretas
Preferindo o desejo pelo
Beijo embrankecido
Da história eskecido
Fika eskisito
E kuando o amor
Por uma afrikana em diáspora brotou
Também rolou tio
O ciúme doentio
Educação sentimental
Passado presente kolonial
Desvalorizar a necessecidade de leveza
afetividade
Da minha mana preta
É desumanizar
Sua korpa tbm afrikana
Gritaram me negra
Eu respondi
Eu akudi
Me responsabilizei
Me posicionei
Mas os retintos da opressão
Disseram se liga jao
Meu kilombo é de bantu
Tem bombo tem santo mas num é pra branko
Afro konveniente
Konivente
Me tranko no kuarto
E kuando saio mais um enkuadro
E novos dias de desemprego
Desapegada as gatas vaza
Eu vira lata
Branquice é sua babakice
De me esteriotipar
Achar ke eu vou chavekar
Kualker rabo de saia
Ke raiva
Kuase sai um rabo de arraia
Pensam ke eu sou trombadinha
Só por kausa da minha karekinha
E da minha bombeta
Kebrou minha makininha
Me tiraram de leão noia e eu sou kareta
Streithg edge
Nem afro bege
No máximo não branko
Sempre trava a porta do banko
Aí meus kachos krescem pra cima
E vc chamando de kabelo ruim
Komo assim
E Ruim é esse pre konceito
Introjetado no peito
Ke é us mesmo 500
De 1500
Passa é um lamento
Em forma de poema
Da Tatiana Nascimento
Um poema
Kom eu liriko raivoso
É sobre komo
Nossa mistura
Poko eskura
Não é aceita pra konstruir kilombagem
Menos melanina mais mestiçagem sem koletividade
Perto das retinta
É poka tinta
Mas Firmao
Então
É pokas
Pokas ideia
Pra kem vem tirar
Minha odisseia
De 28 ano
Kontrariado as estatistika
E superando
A supremacia kolonialista
Na kontradição
Na kontra mao
Pele parda num ouço funk
mas kurto punk
Vim da lama
Valeu pai mestico drama
Já versou alafia meu
Meu pai Meu pai sou eu
POR FORMIGA