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Na Miga

Ela é polítika toda étika eu cétika punk y gótika eu audácia ela delira eu romântika ela tântrika eu kuíka muito cínika ela bongô né amô? Noiz é histérika noiz é histérika noiz é histórika noiz é histórika. Ela é kimérika eu periférika de alma tétrika. Ela é simpátika eu kolérika ela é analítika eu dramátika ela é sábia eu lunátika ela mô lábia eu tímida noiz é íntima noiz é íntima ela anti homérika e anti heróika ela língua bélika eu paranóika. Ela esotérika eu fanátika ela é artistíka eu kapoeirístika noiz é anti estétika noiz é anti estétika anti estátika noiz é anti estátika ela é poétika também sáfika de mãos mágikas. Ela é linguístika eu imagétika nossa ótika komo é ótima sua métrika eu gíria ela dialétika. Eu antipátika ela pedagógika ela libertária eu incediária ela é dádiva ela é diálogo ela é kálida ela é lésbika é lógiko é lógiko duas uma tátika duas uma tátika anti pátria.

por FORMIGA

negro rankor

peito trasborda negro rankor
ficções de amor patriarkais ke me embriagaram
fições de amor de modo eficaz que me ludibriam
e me tiram da realidade
de solitude
porke eu me apaixonei sozinha
pela sinhazinha
por uma ficção patriarkal
sem fricção sem nudez sem beijo

só timidez e ensejo
pelo korpo alvo
em devaneio me enkontrava a salvo

mas ela disse não
por eu não
ter falo
resvalo versos sapatão

o destino
ao meu lado é klã-destino

por isso
insisto em vociferar
até vc eskutar
ki
não poderia te dar das filhos
não poderia de dar um kasamento
não poderia de dar uma familia
não poderia de dar a normalidade
da heterossexualidade

somente poderia te oferecer a possibilidade de amar fora
da civilização homem branko

por Formiga

Intertextualidade

tesão pela pele branka é violenta tranka kolonial tensão só kom ela o amor é ideal desleal kontra as de kor é a real embrankecer tocando o branko seio tecer imaginário de humanidade feito otário eskecer atrocidades ke impuseram para os da ancestralidade o auto odio kerendo o pódio da brankura buska pela kura kura kura de se sentir inferior tendo ke mentir pra o eu interior e nas ruas kontinua a perseguição das viatura e noiz atura atura mas tem neguin ke não dura dura dura aos pente deskarregado em cima dos preto e pardo nas pistas os baile black tomado pelos privilegiado atras da muro os jack é tombado eu kero meu nome na lista a brankinha a vista a gatinha erotiza mas exotiza butch bonitão no pé kaminhão xavoso assim ke é o fitar sapatão minuncioso na madrugada ta afim de fikar só ker kurtir enfim pra kasar nem vou me iludir vai ser kom a brankela boyzona igual ela belas meninas chega junto pra pedir kokaína acha ke to ali pa te servir ker um lance uns beijo um lança uma dança mas nada de romance kom o ponta de lança é lógiko é lógiko é lógioko nenhuma aguanta os problema psikologiko mas ker eskema ker dedada pra gozar pede a linguada mas não leva pra kasa nem apresenta pra família memo assim vou ke vou seguindo minha trilha sem us litros kom os livro ke me deixa longe dos tiro não dos tira estudo komo eskudo ke mira o alvo falo poetizando não me kalo solto um urro ao ver meu pigmento tipo burro kuando foge em sofrimento desando ve se pode branko sujo bando cujo se nomeia pardo é um fardotembém sem us ouro kem tem kouro bem klaro enkardido meu karo ta fudido kuando me vê mas esteriotipa signifika ke me invizibiliza eu lamento lamento lamento meu preterimento por pertencimento não branko não boy não feminilizado brado muito bravo eskurecendo agravos desenkantos do amor romantiko eurocêtriko tirano falocêtriko ta me tirando kom a mikropolítika do desprezo sem seu apreço adoeço mas ai fi anoiteço kuando o projeto polítiko é deixar de ser objeto ter senso kritiko ó desejar fazer amor só kom as de kor tipo ativa o ke ke há para sapatão reparação afetiva já

por formiga

Novembro Negro

kaminho fechado
eskuridão no meio do mato
lamento lamento lamento
isolamento

na garganta digno de dó
moído
koração korroído
olhos marejados mas lágrima seka
vivendo kalejado sempre na mesma
vadio tio
o medo da palavra
lavra silêncio
deskonta a raiva no stencil
pra vandalizar e chorar
as dores no mundão
mar de saudade mar de solidão
várias maldade
destruíu as irmã
kade u klã?
Na rua o medo ke akua
nem amor nem dor nem beleza nem tristeza
sou oko
sou loko
bate o desespero
saberes do terreiro
laroiê
a boka do universo
recita us verso
oferenda a poesia
emenda a fantasia
ipadê
abre o kaminho
oraiêiê deu karinho
no som da kachoeira
batuke do Ilê
salve preta bandeira

malandragem é kapoeira
voa besouro voa besouro voa voa
não é pelos ouro
liberdade é pogo
guerreiro bom
malícia na ginga
tem o dom rimando
solta a mandinga
dona maria dona maria
olha a kavalaria dona maria dona maria
ó kom um golpe só
derrubou 12 homens
esse é seu nome
berimbau vira foice pra ver o sangue do pilantra eskorrer
tecer prosa em amargurar
entristecer rosas a prokura
da expressão
doente ou são
sente a opressão
us boy nem sabe komo doi
vem falar tentando me kalar
ki existe meritokracia
na terra da demokracia
burguesa
brigador insisti na guerra por pão na mesa
enkuanto o opressor enterra
korpos pretos
pela eugenia
eu ardo
enfureço fia
não tardo e eskureço
na denuncia da tirania
peles pardas são kem são
a miscigenação
não apagou a minha ancestralidade não
traidor são várias faces
embrankeceu e solapou a luta de klasses meu
pobreza absoluta o povão luta luta luta
pelo pão
pa sobreviver
mas pra viver tem ke ter
na moral
da sociedade do kapital
você é o ke você tem
zé ninguém
vida de kão
uma multidão
kom os olhos ela me falou
ki
“não existe amor em sp”
“a cidade sem kor
só lhe dão solidão
só lhe dão solidão
só lhe dão solidão
só lhe são solidão”
é certo sua partida fez um korte
olhou de perto e me deixou a própria sorte
trabalho por um mísero salário
garotos do mangue
filme de bang-bang
derrama negro sangue
mentira da tv pra eskonder
o genocídio de vc
ostentação
não é progresso é ilusão
greve pikete boikote
direta ação
rosa preta
feiticeira das letra
suponho ke não se vende o próprio sonho
entende
se viver é aprender a tokar um tambor
pelo amor jão demorou
o kandongueiro do jongo é certeiro
chama direto pro kilombo
não da pé
vai na fé
guarda no peito
respeito
porke é odara
destreza rara
de Dandara
firmão até o fim
kom ímpeto de Luiza Mahin
em oração kom o koração
até os antigos agradeceria
a ousadia de Esperança Garcia
ke nos konduz komo autodidata na kalma
revolta ke vem da alma
rememorando Carolina Maria de Jesus
a sereia do mar
vai te abençoar
se você agradecer e agraciar
e se toda mente afro germinará
Obá e Oyá vão te dar
uma espada pra guerrear

(sem título)

tô entendo seu silêncio
acho ke você se sentiu assediada
por eu ter te chamado de gata
e se você sentiu é porke é violento
esses tempos ai depois da ruptura
senti sua falta demais
e acho ke é uma sei la obseção
sem amor eu não sou kompleta
tem um som ke fala
” vá para a kama e sonhe kom o amor
porke é o mais perto ke você vai
chegar perto dele”
a únika memória afetiva sexual ke eu tenho é sua
ai fiko rememorando sempre
dizem ke história kria identidade
você terminou komigo porke eu não sou autonomia também
e isso é um peso parasitário
para kualker pessoa
a verdade sobre mim:
eu sou destrutiva
e não konsigo konstruir
relações interpessoais
todo mundo ke konvive komigo é por obrigação
ninguém porke eskolheu
ta do meu lado
eu nunka mais vou te prokurar
porke sei ke você não ker falar komigo
fim.

Ensaios de um formicídio

1° de novembro de 2014
fiz uma prece em forma de verso
agradecendo as força o universo ke me manteve di pé
kuase morri muitas vezez
na mão do meu pai
na mão da polícia
entregue as droga
vida de briga muito desentendimento
só uma força maior pode explikar
eu ser vivente até os 25
nesse dia ai tava na disposição de tirar minha vida kortando meu pesokoço
mas ai um vozinha de menina arrankou a tristeza de mim
nakele minuto
akele novembro negro
foi igual a todos ke já passou
na minha vida solitário e instrospectivo
a ideia era fixa: morrer
no 20 tentei me enforkar
no ACEPUSP ai a Marcha passou e eu segui ela
A Júlia leu me mapa astral
disse ke pela hora e dia ke eu nasci
tenho u dom da komunikação
e ke essa missão é expressa em forma de poesia
ki loko isso ne meu
komo é ki pode se eu não konsigo falar kom as pessoa direito
meu desisti de tentar porke kuando
eu falo da ruptura
ai fiko na minha
ela falou também ke no mapa astral ta indikando
a necesidade de kura emocional
nesse dia foi foda
tava mal
falei dos meus lamento da vida só ke ela fikou brava
e disse um bagulio ke eu achei klassista
não tinha komo ser diferente essa treta é ancestral
ta ligado kuando u santo não bate
apesar kor da miscigenação negra e indígena
do não lugar etniko do apagamento racial
do tambor da arte da lesbianidade
a klasse social dela da privilégio
dizem ke dor de amor não mata
ai não sei mana
mas falta de amor doi
e o vazio korroi
Dezembro de 2015 também tive vontade
de não existir mais
ai fikei na kasa de uma mina ai pra ver se passava a vontade
dai ela me mostrou u baralho das deusas
só olhei fikei feliz ke tinha
deusas indígenas
até akabei sonhando kom a Pachamama nakela noite
essa karta ker dizer kura
Março de 2016
não konsegui parar de chorar no feriado
aproveitei a solidão da kasa para me odiar mais intimamente
acho ke já morri
parece ke seu eu chegar perto de alguém vou machukar
meu berimbau já não ekoa
tambor não tem mais
e a poesia é só um desabafo ke guardo na gaveta
não move literatura e revolução
nas kebrada
sem raiz
eu já morri

POR FORMIGA

NÃO É NÃO JÃO!

Salve

É sobre Kapão Pekado

kem ta falando é FORMIGA esse dia eu li o tão famoso klássiko da nossa literatura marginal o Kapão Pekado do Ferrez. Do trampo do Ferrez só konheço Kronista de um Tempo Ruim e o Kapão Pekado, mas tô sabendo ke o Ferrez é um dos grande da nossa literatura marginal. Independente de num ter konhecimento da obra literária toda du kara, eu sou lésbika então tenho minha visão feminista do mundão. Memo assim a proposta aki é fazer um krítika feminista a obra, tem uma mana do Fala Guerreira ke já pegou a missão falar o ke não gosta no Kapão Pekado só ke eu eskrevi a minha porke tenho outras ideia pra akrescentar. A ideia central da obra de ficção é um de rapaz ke se apaixona pela namorada do melhor amigo e ke isso dai é ke é um pekado. Texto deixa isso bem exposto na frase ke diz ke tipo assim ke aliado se pagar a mina de outro kara é finado. Isso dai é uma kultura onde homem é mais do ke mulher ke trata as mulheres komo propriedade do homem, isso dai é bastante komum ouvir no rap e komo uma lei de kebrada. A representação de mulher Kapão Pekado é a mesma ou é a mãe kuidadora, ou a mina do kara ou a “mulher vulgar”. Essa ideia de mulher periférika me revolta porke a mulher só é alguém em relação ao homem, por isso, ke numa sociedade ke tudo gira ao redor do pinto se nomear lésbika: amar quem tem vagina numa sociedade ke odeia kem tem vagina e kriar sua própria kontra kultura é kestão de amor próprio, resistência, super vivencia e saúde mental. Mas o ke me dexou em choke memo no texto foi a cena as cenas de estupro, na primeira vez ke o kara deskreve sexo entre o kara e a mina principal do Kapão Pekado eles tem um sexo hetero e em um momento o kara ker ke a mina faça sexo oral nele ela se rekusa e ele insiste. A segunda cena é mais eskrota ainda: um homem vê uma mina dormindo, por kausa do cheiro de kachaça sabe ke ela ta bêbada e faz sexo kom ela dormindo. E a última cena é um sexo hetero entre os personagens principais de novo ke a o kara ker fazer sexo anal a mulher não ker ele insiste e penetra ela a força e o autor ainda eskreve depois ela akaba kurtindo. Essa ideia lançada no texto é zuada porke não é não jão. Sexo pra agradar alguém, sexo sem vontade, sexo forçado não é sexo. Sexo é enkotro de desejos. Kuando a mulher não da licença pra tokar o korpo dela então é abuso violência sexual é estupro. O Ferrez ta ligado o konceito de machismo ele até cita no próprio Kapão Pekado. É zuado porke se não fala ke isso dai é violência kontra a mulher fika subentendido ke tudo bem ke é normal mexer no korpo da mulher sem ela kerer e não é normal. A Literatura Marginal assim komo o rap é linha di frente na kestão revolta kontra os boy mas na kestão da mulher é senso komum pensa igual o patrão e o padrão do sistema du macho alfa. Muitas vezes a mulher periférika dormi kom seu próprio inimigo e as letras e o som das periferia não relata essa real. Homem nenhum por mais ke seja du povo não vai deixar de kerer seus benefícios de homem pra ajudar as irmã. Então é as mina , as mana, as tia e as sapa ke tem ke se revoltar kontra essa situação .
Sem mais
FORMIGA agradece.

Akróstika pra mana

Guerreira
Amazona
Bélika komo professora
Revoltada kom a
Instituição
Edukacional
Largou de mão das
Letras akadêmikas
Agora é sapatão

por FORMIGA

Feminista Urra

Resistem manas que são guerreiras
kuando falam denunciam a violência ke não é pouka
levantam a bandeira
EstrategiKamente precisam se afirmar
O eskema é o patriarcado derrubar
Sapiência na kabeça
Sororidade ataka
Igualdade e liberdade são lâminas da faka
Identifikam a opressão que passa na propaganda da televisão
Revista de moda o padrão de beleza acentua a milhões de mulheres akua
Retalhada igual gado em peito e bunda a autoestima limita
kabelos krepos alisados a mente das manas pretas debilita

FEMINISTA URRA (4X)

Imagens de mulheres negras komercializadas em fevereiro
Objetifikação de nossos korpos transmitidas para o mundo inteiro
Sexista bizarros vendem a gente por dinheiro
Altos lucros pros trafikantes de mulheres no puteiro
Rede de konspiração
ciúme, monogamia feminina base da prostituição.
Flores para amada simbolizam o gostar
no romantismo kavelheirismo tática para kontrolar
namorado, esposo, pastor, padre, pai, irmão atalaia
heteronormatividade e capitalismo são a sua laia
“Machista racistas não passarão
nem partido, nem marido, nem pátria nem patrão!”

FEMINISTA URRA (4X)

Pobre sexista
perdeu a vez
somos feministas konscientes segura a acidez
kapachos do branko hetero da klasse a sociedade
Foda-se o feitor
LÉSBICAS PRETAS NÃO SOMOS SUA SEXUAL PROPRIEDADE
Sobrevivente necessariamente orgulhosa
Feminista
Na luta pela emancipação na rua e na prosa.
Sua linguagem machista é konivente
Divisão de gênero na forma de falar seu emblema
vocês são servos obedientes
o patriarcado só quer te usar
Quebrar as regras desse comportamento é estopim
(morre de horror maldito burguês )
hetero patriarcado kapitalista será o seu fim!
APOIA MUTUA pras manas que usam o versar
pra falar da vida sofrida temos o rimar, Jão!
Eu quero abolir o
o racismo e o klassismo por aqui
kolei na cena pra denegrir
se você não entendeu o papo é reto
Feministas Pretas na batalha por direitos

FEMINISTA URRA (4X)

Privilegiados do patriarkado vocês são desleais
Olhar, palavras, gestos brutais
Ideias banais mas lembrando versos antipatriarkais
Machistas autoritários eu não konfio mais!
FEMINISTA URRA revanche até que enfim
aqui é mandinga e destreza da descendência afrikana
do tambor nossas forças emana em ágil autodefesa suburbana.
Agora a história da minha ancestralidade é contada em verso e prosa
escrachando sua hipocrisia libertária prekonceituosa.
Esteriótipo contra a kor ainda é do mesmo jeito
preto no rolê onde tem muito branquinho é suspeito
Senhor de engenho possessivo
eskravismo se repete com rigidez
misógino agressor de mulheres
você é bola da vez
kilombola retratando a realidade
denunciando o doutor
e suas abomináveis atrocidades

FEMINISTA URRA (4X)
Pelo próprio zelo
Mana não se esqueça
roubando sua vida desobedeça
Enfrentamos muita falácia
afinal tem muito anarcossexista por ai
mas independente registra sua letra…

FEMINISTA URRA ANTIESTÉTIKA
FEMINISTA URRA LUTA RACIAL TAMBÉM
FEMINISTA URRA SÃO LAS OTRAS ANTIPATRIARKAIS
ESCREVENDO
PELA LIBERDADE DA LÉSBIKAS E DAS MULHERES
FEMINISTA URRA (4X)

por FORMIGA

Óleo de Kôko

perfume loko

tua pele kanela

recende óleo de kôko

kadela

em três akordes

me lambe me morde

ela

é karnaval

gemido ke deu aval

u kanal

du prazer

tu kavidade anal

ke me faz enloukecer

dama nua

treme tua kama

deslumbrante

essa guerreira

komo

amante

entre kuatro paredes

teu ventre eu ajeito

de kuatro aperto teu peito

gostosa

rebola

por um tapa implora

por FORMIGA