Category Archives: General

todo sapatão preto é exu

todo sapatão preto é exu

meu okani é um dildo

todo sapatão preto é exu

kuando minha mina goza eu ke vibro

todo sapatão preto é exu

meu kor-po inteiro é meu okani

todo sapatão preto é exu

passarin feito origami

todo sapatão preto é exu

muita gente tem medo de mim

todo sapatão preto é exu

algumas preta é afim

todo sapatão preto é exu

fugindo dos botas

todo sapatão preto é exu

korrendo atras das notas

todo sapatão preto é exu

nem ruim nem bom

todo sapatão preto é exu

meio amargo mas é bom bom

todo sapatão preto é exu

vida circular

todo sapatão preto é exu

komo diria ifá

todo sapatão preto exu

não sou demônio

todo sapatão preto é exu

mecho kom seu feromônio

todo sapatão preto é exu

negociando no markado

todo sapatão preto é exu

rimando mando meu rekado

todo sapatão preto é exu

vendo pó

todo sapatão preto é exu

vendo pó…esia e não é só

todo sapatão preto é exu

merkado negro

todo sapatão preto é exu

dinheiro negro

todo sapatõa preto é exu

minha vida é tesouro

todo sapatão preto é exu

valho mais ke ouro

todo sapatão preto é exu

noiz não gosta de polícia

todo sapatão preto é exu

na humildade sem maldade sem malícia

todo sapatão preto é exu

eu gosto de komê

todo sapatão preto exu

farofa de dendê

todo sapatão preto é exu

sou fã do seu lindo bumbum

todo sapatão preto é exu

eu kero minha oxum

todo sapatão preto é exu

to de brinkadeira

todo sapatão preto é exu

mas é lição verdadeira

todo sapatão preto é exu

POR FORMIGA

Mestiço Drama

Pardo é branko sujo
Mestiçagem cujo
Gera várias gerações de
Enkardidas
Sem adidas
No pé
E agora José?
Pardo e tardo em rekonhecer
Ke meu lokal de fala é leopardo
Meu lokal de kala é pantera negra
Seguindo as regras
Não ao leu
Pardo é papel
Papel social de pensar a intersecção
Racial
Komo pode a minha pessoa
H. Aço não S. Barro jao
sofrer estilhaço de racismo
E na kabeca ressoa brankitude
Konsciência a milhão e zero atitude?
Na beira do mar
Buskar mulheres brankas pra amar
Preterindo sapatonas pretas
Preferindo o desejo pelo
Beijo embrankecido
Da história eskecido
Fika eskisito
E kuando o amor
Por uma afrikana em diáspora brotou
Também rolou tio
O ciúme doentio
Educação sentimental
Passado presente kolonial
Desvalorizar a necessecidade de leveza
afetividade
Da minha mana preta
É desumanizar
Sua korpa tbm afrikana
Gritaram me negra
Eu respondi
Eu akudi
Me responsabilizei
Me posicionei
Mas os retintos da opressão
Disseram se liga jao
Meu kilombo é de bantu
Tem bombo tem santo mas num é pra branko
Afro konveniente
Konivente
Me tranko no kuarto
E kuando saio mais um enkuadro
E novos dias de desemprego
Desapegada as gatas vaza
Eu vira lata
Branquice é sua babakice
De me esteriotipar
Achar ke eu vou chavekar
Kualker rabo de saia
Ke raiva
Kuase sai um rabo de arraia
Pensam ke eu sou trombadinha
Só por kausa da minha karekinha
E da minha bombeta
Kebrou minha makininha
Me tiraram de leão noia e eu sou kareta
Streithg edge
Nem afro bege
No máximo não branko
Sempre trava a porta do banko
Aí meus kachos krescem pra cima
E vc chamando de kabelo ruim
Komo assim
E Ruim é esse pre konceito
Introjetado no peito
Ke é us mesmo 500
De 1500
Passa é um lamento
Em forma de poema
Da Tatiana Nascimento
Um poema
Kom eu liriko raivoso
É sobre komo
Nossa mistura
Poko eskura
Não é aceita pra konstruir kilombagem
Menos melanina mais mestiçagem sem koletividade
Perto das retinta
É poka tinta
Mas Firmao
Então
É pokas
Pokas ideia
Pra kem vem tirar
Minha odisseia
De 28 ano
Kontrariado as estatistika
E superando
A supremacia kolonialista
Na kontradição
Na kontra mao
Pele parda num ouço funk
mas kurto punk
Vim da lama
Valeu pai mestico drama
Já versou alafia meu
Meu pai Meu pai sou eu

POR FORMIGA

Além do rosa e do azul
Pode ter muita tensão
Pode ter muito tesão
Transgressão na zona sul
Agressão
Lesbo Ódio é mato
Lesbo Ódio é revide
Instinto revolta no tato
Não tive konvite
Tem ke ter noção do perigo
Lesbo Ódio gera lesbocídio
Sapatão fora dos padrões da estétika
Da feminilidade
Kestionando a maskulinidade
Periférika
Kabeça raspada
Bombeta
e roupas largas
Kamiseta
De banda de byke
De vegetarianismo ou de dyke
Nas margens da cidade
Me visto assim
Pra as minas se tokar
Ke eu tô afim
Pras minas me tokar
Me visto assim
Kaminhoneira sapatona malokeira
Pras mulheres saber ke eu sou kapaz
De amar mulheres
Kaminhar nas ruas da kebrada
Kom os nervos à flor da pele
Keria a luz acesa na kalada
A flor da pele
A flor da pele Preta
Mil letras
Do dia ke noiz tava no kampinho
E ze povinho
Teve certeza
ó
Ke não kaminho só

POR FORMIGA

punk é mais do ke barulho (kom as manas da banda Korta Brisa)

punk é revolta
punk é pedir Re volta
punk é saudade
punk é kriatividade
punk é amor
punk é rankor
punk é kalor
punk é tambor
punk é preta
punk é treta
punk é afeto
punk é buska por um teto
punk é korreria
punk é viver no dia a dia
punk é rua
punk é ciklo da lua
punk é sapatão
punk é kebrada jão
punk é kantar
punk é recitar
punk é plantar
punk é regar
punk é kura
punk é kontrakultura
punk é literatura
punk é fazer rango
punk é yo mango
punk é trampo
punk é favela
punk é kampo
punk é vegetarianismo
punk é antissexismo
punk é mobilização
punk é reedukação
punk é ter sonhos e planos
punk é redução de danos
punk é biblioteka
punk é brinkedoteka
punk é amizade
punk é sinceridade
punk é korta brisa
punk é poeta formiga
punk é nossa sintonia
punk é akreditar nas forças da natureza
punk é beleza
punk é verde não devaste
punk é dupla face
punk é fanzineira
punk é malokeira
punk é andar de byke
punk é rock y dyke
punk é antifacista miliano
punk é 50 mil mano
punk é fazer a krítika
punk é autokritika
punk é raiz
punk é diretriz
punk é berimbau
punk é visual
punk é destreza
punk é autodefesa
punk é sabotagem
punk é mensagem
punk é tatuagem
punk é massagem
punk é pogar
punk é yoga
punk é prazer
punk é fazer akontecer
punk é diversão
punk é união

POR FORMIGA

cirko eleitoral
a eskerda paga um pau
pra pilantras y trairas de eskerda centralizam o poder
fechando kom o poder
dentro do estado
eskecendo do trabalho kom os trabalhadores
seguimos karregando nossas dores
kom medo de homem
kom medo da fome
deklaram em rede nacional
o ke kerem é um estado de bem estar social
ou seja
melhoria para o pobre
mas sem akabar kom a desigualdade social
pilatras y trairas tem diskuso populista
e fecha kom o sistema kapitalista
du outro lado
fazendo ainda mais estrago
liberal na ekonomia y e nos kostumes konservador
odeia o amor
entre homossexuais
não fecha kom diretos iguais
odeia indigenas kilombolas e pretos e mulheres
ama armas e heterossexualidade
não ker ke nossas vidas tenham kualidade
nas ruas estão dando fakada em gente preta
muita treta
assassinando travas e riskando suastika na karne
e nos banheiros da faku
fantoches facistas kom mentalidade plástika
só pra konstar
o estado é branko burguês maskulino e heterossexual ker nos matar
não vamos ceder
ao refomismo ke ker nos korromper
ação direta é nossa únika arma revolucionária
sutil manipulação
sem ilusão kom voto útil
nem facho
nem macho
rebeldia sapatão
somos ingovernaveis jão

por FORMIGA

para nenessureal

Nenessurreal

num é montagem é a real

preta retinta

vai jogando as tinta

fazendo sua arte

por toda parte da cidade

miliano no movimento hip hop

referencia monstra é top

mulher preta no topo

machista merece soko

kom racista é sem ideia

sua vida é odisseia

pra noiz panaceia

salve nega veia

ke abriu os kaminhos

gladiadora ke protege seu ninho

e da do vinzhinho

saberes da ancestralidade

afrikana

ke emana dessa mana

sabe a responsa de viver em koletividade

não temos resposta pra tudo

mas o sem o kinto elemento

os 4 fika sem fundamento

mó guerreira

é mamãe

também é vovó

matriarka preta

mil trutas y mil tretas

seguindo sua trilha

não passa pano

nem pra sua filha

mano

é gorda também tipo las krudas

não se iluda

rompendo as fronteiras da ditadura da magreza

graduada na akademia

tem dois diploma fia

orgulho pra gente

mulher preta estudada

sempre da a letra

sobre lugar de fala

y lugar de kala

tudo komeçou kom a pixação

máximo respeito

mas sua paixão

são as kores

ke transmite pra noiz valores

pode krer

são

50 tons de nenê

o rolê du grafitti é muito karo

mina preta artista é raro

kestão ekonomika é pesado

u kapital fazendo estrago

nos talentos da kebrada

mas segue firme y forte komo marginal alada

solidão da mulher negra já te atravessou

teve pokos namoros

teve até um vacilão ke só keria fikar eskondido jão

agora mais madura

se nomeia sapatão

lesbianidade negra o itã de oxum y iansã não tem idade

tipo lívia natalia

ela ta ligada

eu mereço ser amada

tecnonologia ancestral

é mil grau

passado eskuro afro-futuro

pixando muro

pintando muro

disseram ke a rua é noiz

só ke só os macho tem tem voz

a rua é violenta

polícia trukulenta

cidade cinza

y homens kortando nossa brisa

sabedoria das antigas

pra se firmar

tem ke okupar

sair na rua pra pintar

tem ke ter estratégia

sair de bonde respeitando os muros mas sem fazer média

pelas pretinha do fundão

ninguém segura ela jão

ganhou o prêmio sabotagem 2016

tão brilhante kuanto o mestre do kanão

essa é sua vez

rekonhecimento merecido

vai vendo

se uma irmã ta sofrendo

pelo amô

temo ke ta somando

pra apaziguar essa dor

morô

marchar pelo bem viver

rachar esses pilantras sem proceder

afoito

homenagem no dia do grafitti 2018

pra essa preta de destake

é chave

nossa reverencia

sua rexistência

é pela inklusão

das mina preta na kultura

machos eskroto atura ou surta

kem é aliado ta na eskuta

komo diria rap plus size

mexeu kom uma

é cheque mate

minha arma é uma kaneta

respeita as mulher preta

Komo eu gozo

em meio a tretas
preta chave
sem massagem
erótikas letra
aff
de passagem
não a passeio
ela
abriu as pernas
sem receio
me konvidou
viu
sem badernas
toda bela
pele koxas seios
frases ternas
sua nudez me emocinou
timidez se dissipando
akariciando se esfregando
vai ke vai
empinadinha
rebolando
me atrai
trepando kom a
gatinha
pelos
apelos
umidade
nessa
kavidade
dedos
unidade
metendo metendo metendo metendo
kom cirkularidades
kabaça y klitóris
jorra kriatividade
deliciosa maldade
ela goza
komo eu gozo
konsciencia eskura
sem pagar simpatia
tato textura
da mitologia sou fã
alforria
patriarka não tem vez
abarka
meu afã
oxum insã se mistura
mais uma vez

por formiga

Toka diskos e revolução

I.

Uma par de
Estupros
me alienou da minha própria
vagina desde menina
vida fudida
vida enkardida
vida sofrida
depois de kaminhadas protestos piketes greves shows de rap som punk e
saraus
kero sarar
Sanidade já
Saravá

II.

Uma lesbiana
da minha raça
vou a kaça
bela dama
peles pardas
sintonia
divido a kama
di noite e de dia
mas ela não pode por o dedo na minha buceta se não eu vou chorar

III.

Meu momento íntimo
melhor hora do dia
é a noite
kuando kompartilho
minha nudez komigo
Punk é u ritmo
foda-se a apatia
luto pela minha libido
Uma poeta me ensinou
komo ke faz pra eu tokar em mim
versou
sobre o auto-prazer klitoriano
ser tipo igual a lua: cíkliko
eu e meu dedo indico
fazendo fogo
danço ki nem pogo
em buska do auotokonhecimento
do meu gozo

FORMIGA

treinando rimas

janeiro de 2017
treinando a rima
a memória e auto estima
delatando essa korja
ke faz da vida da mairia uma sub vida
no dia a dia
vamo sobrevivendo
e lutando
resistência ta tendo
seguimos versando
para pensar konjuntatura polítika social
é necessário pensar a estrutura do kapital
ke tem komo pilares poder patriarkal
supremeacial racial branka
ta chegando o karnaval tretas na tranka
mulher preta objetiikada na televisão
propaganda da sexual exploração
pra distrai o povão
pretos se matando na prisão
é passado a exautão
ninguém vê ke é históriko
é kolonial
desde sempre povo passa mal
kuando a peste européia aki aportou
takou o terror
genocída eles kerem mais é ke se foda o homicída
favelado mas investe nas armas dos fardados
enkuanto os barão lukra kom a korrupção
milionários fazendo o povo de otário
mas karnaval não é só komercial
é resistência resgate da ancestralidade na essencia
vozes negras denunciando algozes
sequestradores eskravistas atrozes
e revernciando os anciões da komunidade
tambores pretos é alegria no kombate
sabadão tem ensaio do ilu jão
la no centrão
aki é zona sul
é di santo é tradição
seguimos entoando o kanto
kontra os kovarde
preta liberdade
kolei no aprelha luzia
pra fazer um kurso do kilombagem ke dizia
rebelião permanente de afrikanos
kontra a tirania
eskravista na rua apa já se avista
jow o kriolo versou
não é preto velho mas não larga o kachimbo
de plástiko madeira ou de chumbo
humanos desumanizados no limbo
de ver a história eu te imcumbo
chamar de zumbi é inferiorizar os guri
mas ao mesmo tempo palmares também vive ali
só ki o senhor de engenho entrou na mente
pra tentar korromper o konsciente
não é disneilância
repressão na krakolância
bala de borracha bombas de efeito moral
kontras pedaços de pedra e pau o que vc acha
acha legal?
krack é um problema de saúde publika
e não policial
o golpe já foi dado
kuando imporam ke quem governa é o estado
a midia só aproveita pra misoginia
ser mais bem aceita
trabalhada na institucionalidade
pra mulher ver kual seu lugar de verdade
dentro dessa sociedade
todo governo é golpista
segue a riska da ordem kapitalista
medidas de austeridadede
kongelar os gastos kom saude e edukaçaõ
ke vai ferrar eu e vc meu irmão
ahh eu sabia
brankos burgueses incentivam a xenofobia
kom a deskulpa de akabar kom o terrorismo
não kerem outros governado kom seus facismo
remomorando 11 de setembro eu me lembro
mas rebeldes se organizam pra protestar
e por o presidente em seu lugar
primeira semana de identidade e visibilidade trans
reivindika direitos para a populaçaõ trans
karalho direito ao trabalho básiko
direito a própria vida
denunciando transfobia genocída
mas na moral
porke identidade de gênero
se gênero é patriarkal?
nem passou fevereiro
e a krise já mostra sua kara no rio de janeiro
universidade não tem dinheiro pra se manter
governo ke esta no poder
não ker passar a grana
mana estratégia
desses komédia de sukatemaneto da universidade publika
na humildade sem maldade
kerem uma deskulpa pra privatizar a universidade
pobre já é dificil estudar
e agora se tiver ke pagar pra entrar
vai difikulta
o acesso de preto pobre pardo e indígena na faku
retrocesso desses urubu
ke visa a karnificia do meu povo
pra aproveitar a karniça mano manobra de estermínio di novo
eles vem kom tudo o ke atiça
a revolta konsciencia grita
reflita mana mesmo aflita resista
estrupro dos 33
se repete mais uma vez
dessa vez foram 5 kontra uma
nessa tortura sexista
kontra uma menina
de 11 ano mano não me engano
violencia sexual e o pais passa pano
a menina é menor
e kovarde não tem do
jack safado
aguarde a revolta feminista agora volta
pra fazer estrago
chacina em kampinas família inteira
agoniza kom a misoginia
12 tomaram tiro
kom a deskulpa de kerer a guarda do filho
eu seguindo no trilho
denuncio
não tiozão não é kotidiano
isso é machismo
feminicídio gerado por sexismo mano
kebrada kult kebrada gurmet
não é aki
aki vc vai saber
ke nos barram nas porta giratória
não é uma eskolha aleatória
segurança segue a gente
no merkado e os pente do pm
ta karregado pra fazer estrado na nossa mente
kabeça pensante não se rende
aki u estado só se faz ´presente
dando tapa na kara
jogando korpo na vala
favela chick é u karalho
levantamo 4 da manha pra ir pro trabalho
periferia é konsekuencia de senzala
mas também de kilombo
a morte ker montar no meu lombo
mas de mal olhado não tombo

Gatinha

no fitar a recíproka é verdadeira te kantar kom rimas malokeira sou formiga sua voz doce-rouka
instiga feito louka sigo sua trilha rumo as tuas virílhas akaricia nas palavra delicia meus ouvidos
na bolinha do olho minha libido gatinha vem na minha ke eu tô na sua madrugada y lua face
afagada desnuda fêmea tesuda feito gêmeas úmidas te kaço e acho te laço e enkaixo forte
abraço seu cheiro a exalar sorte é vadiar kom teu kalor ke acelera meu koração-tambor